quarta-feira, 11 de novembro de 2009

DE LETRA

DE LETRA Nº 321 (QUARTA-FEIRA, 11-11-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Hoje, quarta-feira, dia de amenidades, ficando o meu querido e glorioso América (bicampeão brasileiro de 1997 e 2009) e a nossa sumida e desfalcada quase filarmônica do Gutierrez para as colunas de segunda e sexta. Pois bem! Em meados da década de 70 fui em Uberaba com o Clube Recreativo Forense para um jogo de confraternização com os advogados de lá. Eu era o diretor de relações públicas do clube, sócio e jogador de “peladas” nos finais de semana. Bons tempos, que não voltam mais, como dizia o saudoso amigo Quinzinho...
ENTREI no segundo tempo (era um reserva de luxo) e dei o passe para o gol de empate do Sócrates Queiroz, hoje, delegado aposentado e advogado criminalista. Depois do jogo, fomos para um clube social. Muito “guaraná” e conversa fiada. Como o empate era do time visitante, o Forense ficou com o troféu. Em homenagem ao gol marcado, o Sócrates foi o escolhido para recebê-lo. Por ser muito querido, foi ovacionado por todos. De repente, a festa quase foi estragada, por um ato impensado e totalmente fora de propósito de um colega. Que vergonha passamos...
FOI quando o saudoso advogado Eurípedes Miranda, também conhecido como “Uberabinha”, por ser de Uberlândia, falou: “esse é o representante da Abissínia”. Racismo puro, já que o Sócrates é negro. Todos nós ficamos sem graça. Por sorte, o episódio não teve consequências mais sérias. Ficou nisso. A confraternização era mais importante. Muitos discursos, conversa “fiada” e, é claro, muito “guaraná”. Foi um final de semana em que Uberaba parou para homenagear o Clube Forense...
VIAJAMOS para Uberaba no sábado. Deveria ser um evento jurídico, vez que no hotel estavam vários desembargadores. Naquela noite, o pessoal foi para uma boate da moda na cidade. Alguns saíram dos limites, retornando para o hotel de madrugada. Que mulherada bonita! Uberaba, capital brasileira do zebu, cidade de “muros baixos” e de mulheres bonitas. No café da manhã, fomos abordados pelo saudoso desembargador Régulo da Cunha Peixoto, que indagou onde nós tínhamos passado a noite. O Geraldo Plínio Rocha (juiz de Direito aposentado, hoje, advogado), que é muito gozador, respondeu que foi em uma boate. Sem perder tempo, o Régulo retrucou: “que boate coisa nenhuma! Vocês estavam na zona boêmia!”. Alguns desembargadores mais sisudos, ficaram corados de vergonha. Mas as risadas foram inevitáveis. Parecia até que o Plínio havia contado uma de suas piadas ou imitado vários instrumentos musicais, apenas com a boca, o nariz e as mãos (trombone de vara, etecétera). O jovem era um artista. Não é sem motivo que seu apelido era “Sabiá”. Era a nossa maior diversão. Perto dele não havia tristeza. Era, também, um grande zagueiro. Mas, tem um defeito (e sério): é atleticano...
ATÉ a próxima.

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