sexta-feira, 20 de julho de 2007

DE LETRA Nº 32

DE LETRA
MIGUEL SANTIAGO (SEXTA-FEIRA, 20-07-07)
OLÁ, caros leitores semanais! A polêmica está lançada (favor ler a coluna da última segunda-feira). O amigo galista Kadin Faria enviou mensagem, para explicar o significado de “Não se tocava lá pra valer”, referindo-se à nossa quase filarmônica do meu Gutierrez, na paródia que fez da música A casa, de Toquinho e Vinícius. Assim: “Quem toca pra valer, toca por dinheiro ou em troca de alguma coisa, igualzinho quem joga pra valer. Digamos que quem toca pra valer são os profissionais, pois os amadores tocam só pelo prazer de tocar”.
SEGUE o Kadin: “Na paródia, isto está bem claro, pois o verso anterior explica bem que “ninguém podia ganhar cachet”, já que “não se tocava lá pra valer”. Entendido? Não há, portanto, motivos pra polêmica. Quanto a banda, o jeito vai ser ou pagar profissionais (que naturalmente não vivem de canja) ou encontrar novos amadores. Esta, sim, é uma polêmica a ser resolvida. Portanto, conclamamos: amadores do mundo, uni-vos. Quem sabe, haverá uma fila harmônica de amadores querendo tocar no bar sem cobrar, ou seja, sem ser pra valer? Quem sabe, a banda ainda reencontre o seu norte ou pelo menos um outro Nortinho?”.
MAS, recebeu esta mensagem da minha querida Verônica Lima (jornalista da Anatel), que, com ele, por bela coincidência, criou meu modesto Blog: “Ah, não, Kadin! Sua explicação foi muito chocha e não invalida a minha interpretação do verso. Se alguém não “pode” ganhar cachet, pode ser porque não tem categoria, qualidade, para tanto, ou seja, porque não “toca para valer”. Pelo visto, esta “briga” vai esquentar...
SEM perder tempo, o Kadin falou para a Verônica: “Além de radialista e músico, sou (ou fui) redator de humorismo. Assim sendo, não posso deixar passar a oportunidade de jogar no ar algumas dubiedades ou segundas intenções. Sem relativismos filosóficos e com certo trocadilho você está com uma forma de verúnica. Já que você não aceitou a minha versão chocha ou mocha, tentemos outra: a banda do Zé Migué sempre tocou pelo bel prazer de tocar, com a função de terapia musical. A regra é tocar sem regras rígidas de afinação, ritmo e coisas afins. Valia-se do improviso, da farra, da boemia, da descontração. Essa falta de compromisso é que era o gostoso da banda”.
E encerra o Kadin: “Verônica, talvez por influência de profissionais que vez por outra davam suas canjas lá, a banda começou a ficar exigente quanto a aspectos até então sem importância, já citados acima. Resolveu tocar pra valer. Só que são poucos que podem ensaiar, cumprir horários, entre outras obrigações. As cobranças afastaram os amadores que tocavam só por prazer. Voltemos, então, a velha brincadeira e terapia musical que valia muito mais. Que o prazer fale mais alto. O resto são meras provocações de um velho humorista. Não leve a sério”.
PS – Com polêmica ou não, a quase filarmônica volta a tocar na tarde de amanhã, no Bar do Dalmi, sob a batuta do amigo americano/santista Jésus Brito. A conferir! Até a próxima.

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