quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

DE LETRA

DE LETRA N 208 (QUARTA-FEIRA, 18-02-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Em colunas anteriores, falei, com saudade, do Colégio Marconi, a “Universidade da Barroca” das décadas de 50 e 60, quando lá estudei, do antigo Admissão ao Ginásio ao Curso Clássico. Falei de alguns ex-professores, todos já falecidos, como Emanuel Sampaio (Português), meu irmão José Teófilo Santiago, Alexandre Bogliolo, Rubens Lopes Cançado e José Gouvêa (Inglês). Falta falar, ainda, dos também saudosos mestres Daniel Debrot e José Maria Lima Torres (Francês). E também da Dona Glorinha, professora de Canto Orfeônico. Veja bem, caro e atento leitor de meu modesto Blog internacional, que matéria havia no currículo daquela época...
MAS, ainda não havia sobrado tempo (como qualquer aposentado tenho outras ocupações, como “levantar copo”) para falar dos grandes e talentosos jogadores da época com quem tive o privilégio de jogar no Colégio Marconi. O mais famoso e que seguiu carreira foi o Paulista (Carlos Paulino), um meia-esquerda do melhor gabarito, que colocava o esférico onde queria e que foi bicampeão mineiro (1962/1963), com o Galinho/sem/esporas. Foi “fera” também no futsal. Se aparece hoje ficaria milionário. Encerrou a carreira nos Estados Unidos, naquele esporte esquisito da bola oval. Voltou a Beagá e foi sócio de seu irmão no “Pizzaiolo”.
DOIS outros jogaram no mesmo clube: o atacante Mário Lima Pereira e Paulo Roberto Fábregas (Bebeto). Mário, um “traidor”, vez que seu saudoso genitor, o desembargador Carlos Horta Pereira, era americano. Um atacante alto de chute potente. Para se ter uma ligeira idéia, o Santos de Pelé tentou levá-lo várias vezes. Não quis. Preferiu estudar Direito, sendo, hoje, um grande advogado. Bebeto foi um volante da melhor qualidade, que também preferiu deixar o velho “ludopédio” para estudar Engenharia.
DOIS outros companheiros jogavam no meu querido e glorioso América. O zagueiro Roninho (jogou com o fantástico Tostão) e o meia-esquerda Aloísio Novais. Assim como Bebeto, Aloísio foi meu colega de sala. Um armador da melhor qualidade, muito habilidoso, que veio de Ituiutaba, para estudar Direito, sendo, hoje, um grande advogado do BMDG. Jogava nas horas vagas, até que se desentendeu com o treinador Yustrich, que queria obrigá-lo a treinar em tempo integral, o que era impossível, pois ele estudava de manhã e só podia treinar no período da tarde. Bons tempos...
PS – Nem só de futebol vive o homem. Nem o brasileiro e, muito menos, o Zé Migué. Cultura também é importante. O amigo galista Cadinho Faria, o “mago do violão”, enviou mensagem, para que eu fique bem informado: “Barack significa aquele que tem abençoado, um nome tribal africano. É também o nome de um conhaque húngaro”. Obama, o Cadinho sabe de tudo! Pois é, nem só de música vive o homem. Nem mesmo o talentoso Cadinho, que, quando toca seu mágico violão, deixa todo mundo com a boca aberta...
ATÉ a próxima.

3 comentários:

Blog do Lima Pereira disse...

Sou irmão do "traidor" Mário, como você o chamou. Dez anos mais novo que ele, sofri o diabo por ser seu irmão, pois, em qualquer campinho de várzea onde eu chegasse, havia sempre um desgraçado que dizia: "Escale o irmão do Mário, deve ser que nem o irmão!" E eu, que até hoje mal consigo distiguir uma bola de uma caixa de sapato, pasava os maiores vexames. Eu era tão ruim que, no meu bairro, criou-se a expressão "irmão do Mário", para caracterizar um sujeito qualquer que tivesse pinta de jogador e se revelasse uma pedrada!

Luiz Otàvio disse...

Sou outro irmão do "traidor" Mário, o craque do futebol. Sou dezessete anos mais novo que ele. O irmão do meio, o José Eduardo, também é craque, mas das artes, pois toca violão e piano na perfeição, além de compor músicas e poesias belíssimas. Sofri muito por ser irmão desses dois, pois nas peladas esperavam que eu fizesse jogadas espetaculares que nunca soube fazer, como também nas festas esperavam que eu exibisse dotes musicais que nunca tive. Resta-me o imenso orgulho de ser irmão desses dois. Sou craque em admirá-los. LOLP

marina disse...

Sou filha do Mário do Atlético, sobrinha do Tio Dedé e do Luiz. Não herdei a aptidão e o talento esportivo de meu pai, muito menos a veia artística do seu irmão do meio. Mas tenho o seu irmão caçula como figura inspiradora para as farras e bagunças que, mesmo cansada do trabalho, nunca deixei de fazer com minha querida sobrinha Isadora. Como era bom ser jogada pro alto e carregada nos ombros do Luiz, sempre que ele chegava da aula, na casa da vovó...