quarta-feira, 19 de agosto de 2009

DE LETRA

DE LETRA Nº 285 (QUARTA-FEIRA, 19-08-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Como toda quarta-feira, hoje é dia de amenidades, ficando o meu querido e glorioso América (quase campeão da Série C: faltam somente quatro jogos, dois na semifinal e dois na final) e a nossa quase filarmônica do Gutierrez para as colunas de segunda e sexta. Feliz como menino que ganha a primeira bola de futebol (esse Coelho só me dá alegria!), aqui estou novamente, com a camisa mais bonita dos clubes das Minas Gerais, minha segunda pele, para “jogar conversa fora”...
POIS bem! Aconteceu um fato inusitado na tarde do último domingo, em nosso belo e confortável Independência, que estava bonito para valer, lotado, todo pintado de verde e branco. Que beleza! Com um detalhe importante: não houve qualquer confusão. Não faltou sequer o devido respeito ao torcedor que veio de Pelotas/RS. Torcida de clube de elite é coisa outra! É que um militar desavisado “barrou” a entrada de alguns dirigentes do nosso clube ao gramado, após o jogo, pelo portão de acesso, ao argumento de que o presidente já havia entrado. Ficou difícil explicar ao policial que o América não tem apenas um, mas, sete presidentes. Como sete é conta de mentiroso, pouca gente acredita em um número tão grande de presidentes. E, de mentira, o América não é...
ORA, para que tantos, deve ter pensado o militar. É para carregar um peso enorme: tirar o América do buraco em que se meteu. E essa turma de competentes e abnegados dirigentes está conseguindo a façanha. Afinal, o clube, há pouco tempo, estava na iminência de cair para a quarta divisão do futebol brasileiro e estava fora da elite do futebol mineiro. Agora, depois de retornar à divisão principal das Minas Gerais, subiu para a Segundona nacional. Que bom! Falta o derradeiro passo: voltar à elite do futebol brasileiro. E vai...
O FATO me fez recordar de um semelhante, acontecido no Mineirão, na década de 60. Também lotado. Três juízes de Direito exibiram a carteira vermelha do Poder Judiciário e entraram tranquilamente na Tribuna de Honra. Mas, três desembargadores foram “barrados”, ao argumento de que ali só entravam autoridades. Um deles falou que eram “superiores hierárquicos” dos juízes, exibindo a carteira vermelha do Tribunal de Justiça. Ora, é difícil explicar a um leigo o que é ser desembargador. Coitado do pobre do porteiro! Quase perdeu o emprego. O problema só foi solucionado quando chegou ao local uma patente da Polícia Militar...
DEPOIS do “sufoco”, felizes e aliviados, os três eminentes desembargadores puderam torcer para o clube do coração, na Tribuna de Honra, ao lado de seus ilibados três colegas juízes de Direito. Em um país tão atrasado, deve ter muita gente pouco ilustrada que confunde desembargador com “descarregador” de caminhão (chapa, bem entendido). Afinal, é quase a mesma coisa, nem que seja na rima: as duas palavras começam com “des” e terminam em “gador”...
ATÉ a próxima.

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