terça-feira, 25 de agosto de 2009

DE LETRA

DE LETRA Nº 287 (TERÇA-FEIRA, 25-08-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Não deu para redigir a modesta coluna de ontem. É que, no início da manhã, pelo telefone, fui avisado da morte do querido irmão Edelberto Lellis Santiago. Minha família, que já foi enorme (éramos pai, mãe e 12 irmãos), está diminuindo aos poucos (desde 1973, melhor explicando). Já perdi os genitores (José de Assis e Delphina) e três irmãos (João Batista, José Teófilo e Edelberto). Os três irmãos em agosto, “mês do desgosto”, o pai em abril e a mãe em dezembro. O jeito é tirar agosto do calendário...
BETO era um irmão querido, como o Batista e o Zé. Tive uma ligação muito forte com ele, desde a década de 40. Na infância e na juventude, em Visconde do Rio Branco, Leopoldina e Beagá. Depois de trabalhar no antigo Banco da Lavoura, formar-se em Direito e advogar, ingressou na magistratura. Fui seu sempre presente irmão/amigo nas três comarcas em que foi juiz de Direito (Cristina, Corinto e Santa Bárbara). Fim de semana, lá estava o Zé Migué. Veio para Belo Horizonte, onde foi o primeiro juiz da Vara de Falências da comarca. Eu, sempre ao seu lado. Nossa convivência foi grande. Menor apenas do que a de sua Cristina e de seus filhos Andréa e Cristiano.
DEPOIS, foi juiz do extinto Tribunal de Alçada, do Tribunal Regional Eleitoral (foi seu presidente), desembargador do Tribunal de Justiça e membro do Tribunal de Justiça Desportiva. No TJ, fui seu assessor durante 11 anos. Assim, dos irmãos, foi com ele meu maior relacionamento. Antes de ser seu irmão, fui seu quase inseparável amigo. Nossa afinidade era muito grande. Foi uma perda irreparável. Para mim, então...
MENOS um americano na praça! Ao contrário do que muitos desavisados imaginam, Beto não era cruzeirense coisa nenhuma. Foi um grande americano. Tanto que, como atleta, na década de 50, quando estudante, fazia questão de ser chamado de “Zé Gaia”, um zagueirão que brilhou no nosso querido e glorioso América nas décadas de 40 e 50. Ficou magoado e passou a acompanhar a Raposinha/saltitante a partir de 1963, quando o meu clube facilitou a ida do fantástico Tostão (campeão mundial no México em 1970) para o Barro Preto. Mas jamais deixou de ser americano. Foi apenas um simpatizante da Raposinha, o que faz uma enorme diferença. Seu coração era verde e branco, como me confessou várias vezes. Adeus, irmão e amigo Betão!
PS – Para agradecer o grande e dileto amigo americano/santista Jésus Wagner Marques Brito, que não me abandonou um instante sequer no dia difícil de ontem. Com ele, fui e voltei do Parque da Colina e “afoguei as lágrimas” de noite, tomando o velho “guaraná”. Obrigado, amigo!
PS2 – Por motivos óbvios, meu querido América ficou para “escanteio”. Tinha que prestar esta pequena homenagem a um irmão querido. Saudoso irmão! Assim é a nossa vida...
ATÉ a próxima.

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