quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

DE LETRA

DE LETRA Nº 348 (QUARTA-FEIRA, 13-01-10)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Hoje, quarta-feira, dia de amenidades, casos, “causos” e de “jogar conversa fora”, ficando o meu querido e glorioso América (hoje tem Timinho na Copa São Paulo Júnior e dia 24 Galinho no Mineirão, na estreia do Mineiro) e a nossa quase filarmônica do Gutierrez (já virou sexteto, quinteto, quarteto e trio) para as colunas de segunda e sexta.
POIS bem! No início de 1971, enfrentei, com coragem (jovem não tem medo) a aventura do Projeto Rondon, no interior cearense. Minha equipe foi para o então arraial Taiba, hoje, uma linda e disputada praia. Eu (Direito), Luiz (bioquímico), Valdir (engenheiro), Eurípedes Marinho (médico), Ronaldo Arruda (odontólogo), Ruth Tanus e Maria Lúcia (assistentes sociais).
FUI “nomeado” delegado do local durante um mês, para tomar conta da “jogatina” e da presença de menores nos bares. Fiz três conferências e tudo correu “dentro dos conformes”. Uma delas, sobre Direito de Família. Na época não havia a Lei de Divórcio, só desquite. Quando falei que casamento era um só, o “Chico Chicute”, que fazia parte do folclore do local (estive com ele no início da década de 80 em Taiba), abandonou o recinto, dizendo que “aqui, nós olhamos para uma mulher e, se ela gostar, vamos morar juntos. Tenho filhos com nove mulheres diferentes. Elas não se importam”. Foi uma gargalhada geral...
DURANTE o dia, dava mergulhos no mar e “tomava” conta da cidade. De noite, entre um “guaraná” e outro, fazia conferências. Passei “aperto”, quando da inauguração de uma colônia de pescadores, em Pecém, cidade próxima. Discursei na presença do ministro Costa Cavalcanti (do Interior), do governador César Cals, da Juíza de Direito da comarca de São Gonçalo do Amarante e de outras autoridades. Fui aplaudido de pé quando citei ilustres figuras do Ceará, o escritor José de Alencar, o filósofo Farias de Brito, o jurista Clovis Beviláqua e o presidente Castelo Branco. E falei do bravo Estado do Ceará, “símbolo de perseverança e devotamento”, na “luta tenaz e desigual de seus filhos”, enfrentando a “hostilidade da própria natureza”. Fui ovacionado de pé...
FOI maravilhoso! Aprendi muito. Belo início de advocacia. Aprendi a falar em público. E que público selecionado! Tímido, não queria discursar, mas os companheiros do Projeto Rondon insistiram e um homem disse da plateia que “festa sem a palavra de advogado não vale”. A única coisa que não valeu foi a viagem de avião, um antigo da FAB. Cinco horas no ar, com turbulências e panes. Que sufoco, minha primeira viagem aérea. O cantor cearense Belchior tem razão: “foi por medo de avião que segurei pela primeira vez a sua mão...”.
PS – Esse América é grandioso, mesmo! O Timão está fazendo “guerra fria”, para tentar desestabilizar o Coelho na Copinha (caso Maranhão). “Gato”, pois sim! Se medo matasse, hein, corintiano?
ATÉ a próxima.

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