quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

DE LETRA

DE LETRA Nº 354 (QUARTA-FEIRA, 27-01-10)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Hoje, quarta-feira, dia de amenidades, casos, “causos” e “jogar conversa fora”, ficando o meu querido e glorioso América (até os atleticanos reconheceram a nossa superioridade no domingo) e a nossa quase extinta filarmônica do Gutierrez (cadê os músicos, amigo Jésus Brito?) para as colunas de segunda e sexta. Esta, quem conta é o conterrâneo Geraldo Haroldo de Paiva (alô, Abre Campo!), o mais antigo servidor do Fórum Lafayette (está lá desde 1959).
SEU primeiro dia de trabalho foi marcante. Pediu um terno emprestado a um tio, que era magistrado e bem mais alto do que ele. O terno ficou muito grande e a calça arrastava no chão. Um colega brincou, aconselhando-o a “escolher melhor o enterro da próxima vez, pois ele havia pegado o terno de um defunto muito grande”. Após receber o devido treinamento, foi cumprir seu primeiro mandado na cidade grande, que pouco conhecia. Teria que intimar três testemunhas na Rua Curitiba, Centro. Constava o nome e o endereço de uma delas. Das demais, os nomes e a palavra “idem”. Ficou perdido na cidade. Cumpriu apenas o primeiro mandado. Para o juiz, com quem trabalhava, informou que “não localizei as outras duas testemunhas, pois ninguém soube me informar onde ficava a tal Rua Idem”.
O GERALDO Paiva, grande cruzeirense (nossa terra só tem azulados), hoje, bem de vida, só anda de terno novo, mesmo não sendo mais exigida tal indumentária. Uma coisa interessante: a família Paiva é, sem qualquer sombra de dúvida, a mais numerosa do Fórum Lafayette. Deve ter mais Paiva na justiça de primeira instância de Belo Horizonte do que na nossa querida Abre Campo, onde a família é muito tradicional, liderada pelo conterrâneo José Pereira de Paiva, que foi ministro de um tribunal superior, em Brasília, na década de 70. Grande Geraldo Paiva, que saiu de nossa pequena Abre Campo para trabalhar na Capital dos mineiros. Até conhecer a cidade grande, deve ter “apanhado” bastante. Apanhou mais do que a sua Raposinha/saltitante até 1965, quando foi inaugurado o Mineirão. Até aquela época, o time azul era “caixa de pancadas”. Quarta força das Minas Gerais. Tinha menos torcida do que a dupla CoelhoGalo e do que o Leão. Mas, de repente, nada mais do que de repente, surgiu um tal de Felício Brandi, o maior dirigente que conheci, que transformou o antigo clube do Barro Preto em uma potência nacional, deixando o meu Coelho para trás, “vendo navios”. Coisas do velho ludopédio. Na maratona do esporte, o Coelho foi ultrapassado pela Raposa. O Coelho perdeu as pernas (digo, patas) e ficou sentado no meio do caminho. Vamos reagir, Coelho!
ATÉ a próxima.

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