quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

DE LETRA

DE LETRA N 193 (QUARTA-FEIRA, 14-01-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! A nossa quase filarmônica do Gutierrez, comandada pelo grande e dileto amigo americano/santista Jésus Wagner Marques Brito, o da timba afinada e barulhenta, está passando dos limites: deu “show” anteontem e vai repetir a dose amanhã (noite), sexta-feira (idem), sábado (tarde) e domingo (idem). Haja talento e disposição! De repente, nada mais do que de repente, o amigo galista Cadinho Faria, o “mago do violão”, canta, na sequência, as lindas canções “Sentinela” e “Travessia”, do fantástico e inspirado amigo Milton Nascimento, o “Bituca”, o que me fez voltar no tempo...
MAIS precisamente 1967, quando eu cursava o segundo ano da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Na minha sala havia um “gênio” da música popular brasileira. Estou falando do grande americano Fernando Rocha Brant. Pois bem! Ele é o autor das letras de “Sentinela” e “Travessia” e da maioria das lindas músicas do Milton. Da primeira, modéstia de lado, tenho participação, ainda que pequena. No intervalo das aulas (quando menino, chamava de “recreio”), eu, Fernando e dois colegas tomávamos o “velho guaraná”, na cantina da escola, quando ele, com a partitura do lado, pegou caneta e papel. Momento mágico da música popular brasileira...
E FOI rascunhando a “Sentinela” (“... morte dela sentinela eu sou...”). Cantarolava e pedia a nossa opinião. Na maior “cara de pau”, dei meus palpites (garanto que não foram infelizes). De repente, estava pronta a letra, que o Milton defendeu no festival da “TV Record”. Um sucesso! Acho que ficou em segundo lugar. Mas, em compensação, foi, daí para frente, uma das mais cantadas em “shows”, no rádio e na televisão. Talento puro...
MEU GRANDE amigo Fernando Brant leva uma vida diferente. Filho do meu saudoso amigo, o ilustrado desembargador Moacyr Pimenta Brant, formou-se em Direito (1970) e, talvez, jamais entrou no Fórum Lafayette ou em qualquer outro tribunal. Não quis ser advogado, magistrado ou promotor. Escreveu, por pouco tempo, na extinta revista “Manchete”. Mas, sua vocação era mesmo a música. A meu sentir, um dos maiores letristas da nossa música popular. Bastaria ter escrito a letra de “Travessia”. Entretanto, escreveu outras e outras. Virou até cantor. Modesto, diga-se de passagem. Seu argumento é interessante: “se todos cantam as minhas canções, por que não posso cantar?” Pode, sim, Fernando, já que você é o “pai” delas...
GOSTAVA de jogar futebol. Na faculdade, era o nosso ponta-direita. Muito rápido. Mas, sua paixão, como a minha, é o nosso querido e glorioso América Futebol Clube. Sempre o encontro no nosso belo e confortável Independência. Nossa única diferença é que na sua numerosa família todos são americanos e na minha (éramos 12 irmãos) um é cruzeirense (Domingos) e dois eram atleticanos (os saudosos João Batista e José Teófilo).
ATÉ a próxima.

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