quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

DE LETRA

DE LETRA N 199 (QUARTA-FEIRA, 28-01-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Alegando problemas pessoais, o amigo galista Cadinho Faria, o “mago do violão”, não mais dará seus costumeiros “shows” na nossa quase filarmônica do Gutierrez. Ele enviou uma mensagem para o meu modesto Blog internacional, dando os motivos de sua repentina decisão. É, realmente, um artista, ao suportar, durante longos oito anos, todos os problemas apresentados. Uma pena! Azar nosso, seus admiradores, que não mais teremos o seu reconhecido talento. Ah, Cadinho, “se você não me queria/ não devia me procurar/ não devia me iludir/ nem deixar eu me apaixonar”...
“JOGOU a toalha”, explicando que a música não pode conviver com conversa e discussões de bar, que “desconcentram e desvalorizam” o músico. É uma “zorra só”, desabafou! E enumerou os mais sérios problemas: tevê ligada (com ou sem som), bêbado chato que solicita músicas e freguês que se julga músico (“sapo”, diria) que se intromete, mesmo não sendo da turma, pagando ou não “couvert artístico”, pega um instrumento e canta, confundindo “Lá menor com Ré menor”. Para o Cadinho, vira “programa de calouros”. Se o músico não acata o pedido, é chamado de “fresco” ou convencido. Tem cidadão “metido a seresteiro”, que “nos cospe a cada sílaba tônica cantada”, aparece percussionista que “dá porrada no instrumento e sai sempre fora do ritmo”, tem “surdo tocando surto”, tem alguém “fumando na nossa cara”, tem cantor que “canta gritado e desafinado”...
TEM mais: a cerveja do músico é “sempre quente ou esquenta enquanto ele toca”, além de “ser bebida por todos”, com o músico valendo “não pela qualidade das músicas que toca, mas pela quantidade que atende”. E, depois de tocar quatro horas seguidas, ainda tem “gente dizendo que não tocamos nada”. O músico sai do bar com dor nas costas por “tocar encaixotado em cadeiras e espaços impróprios e pelos tapinhas que leva nas costas”, dados por quem nunca paga “couvert artístico”. Desabafo final do Cadinho: “Como sou um músico que ama e respeita profundamente a música bem feita e faço música para se ouvir e não para pular, cheguei à conclusão que músico de bar em geral tem que ser bêbado, bobo e submisso para aguentar essa barra”. E, como não se considera nada disso, não toca mais em bares, a não ser que exista algum “sem os problemas citados”...
CONCORDO, em gênero, número e grau, com o Cadinho. Os problemas citados por ele sempre me incomodaram, mesmo não sendo músico. Apenas aprecio a boa música. Imagino o sofrimento do amigo, que, durante longos oito anos, suportou todos os inconvenientes citados. De qualquer maneira, Cadinho, mesmo sem o seu “mágico” violão, que só “falta falar”, você é sempre convidado especial da minha turma no restaurante “Sub Zero”. Quando você der “show” no Palácio das Artes, serei o primeiro a adquirir ingresso. Agora, do meu aniversário, que está chegando, você não escapa...
ATÉ a próxima.

2 comentários:

Anônimo disse...

Grande miguel
pelo jeito o meu "desabafo"
já encontrou um eco.Isso é bom pra todos os músicos que já se apresentaram e para os que ainda iram se apresentar na filarmônica.
Afinal de contas, um pouco de respeito não faz mal a ninguem e os músicos em geral merecem nosso carinho pela alegria e prazer que nos proporcionam
Abraços do maior acompanhante de bêbado que voce já viu.

Anônimo disse...

Em tempo:
Por falar nos músicos que ainda "irão"se apresentar na filarmônica espero que o Odilon seja um deles É um cara simples,bom músico e que merece todo respeito