quarta-feira, 21 de outubro de 2009

DE LETRA

DE LETRA Nº 312 (QUARTA-FEIRA, 21-10-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Quarta-feira é dia de amenidades, ficando o meu querido e glorioso América (bicampeão brasileiro e decacampeão mineiro) e a nossa hoje desfalcada quase filarmônica do Gutierrez para as colunas de segunda e sexta. Tão desfalcada que, no último sábado, só compareceram três músicos no bar do agitado e barulhento Toninho Afonso, o Jésus Brito (timba), Délio Gandra (violão e voz) e o pandeirista Roberto (e sua inseparável Dirce). Muito pouco, para uma banda que, sozinha, lotava qualquer logradouro. Bons tempos! Tempos que não voltam mais, como dizia, no bar “Mais Barato”, o saudoso amigo e oficial de Justiça Quinzinho...
SAUDOSO e folclórico Joaquim Gonçalves. Inteligente, também. Certa ocasião, como vários oficiais de Justiça não conseguiram intimar o banqueiro e ex-governador do Estado José Magalhães Pinto para uma audiência no Fórum Lafayette, Quinzinho pediu o mandado de intimação a um juiz de Vara Cível, dizendo que “eu o intimo”. Sem acreditar no cumprimento da missão, já que a intimação estava sendo dificultada pelo banco, o magistrado entregou-lhe o mandado, dizendo que não custava nada mais uma tentativa...
POIS bem! O Quinzinho foi e voltou do banco com o mandado devidamente cumprido. “Pronto, doutor, missão cumprida!”, disse o serventuário, com um indisfarçável sorriso no canto da boca. Não acreditando, o magistrado pegou o mandado e quase “caiu preto e duro para trás”. “Quinzinho, como você conseguiu a façanha de intimar o homem?”. Os funcionários do cartório foram para o gabinete do juiz. Todos queriam ouvir as explicações do Quinzinho...
COM aquela tranquilidade que Deus lhe deu, Quinzinho foi logo dando os detalhes da sua façanha: “Foi muito simples, excelência! De terno e gravata, na portaria do banco, exibi minha identidade funcional e pedi para falar com o banqueiro. Quando o porteiro viu o meu nome, Joaquim Gonçalves, “tremeu todo” e ligou para o gabinete do homem”. No banco, todos imaginaram que se tratava do então secretário de Segurança Pública, que tinha o mesmo nome do Quinzinho...
QUANDO percebeu que se tratava, na verdade, de um oficial de Justiça, o banqueiro levou um tremendo susto. Já era tarde. Mais do que depressa, Quinzinho lhe disse: “assine aqui, doutor. Isso é uma intimação. Ordem de juiz não se discute. Cumpra-se”. Esse era o Quinzinho, que, após a sua merecida aposentadoria, passava o dia no “Mais Barato” (morava no mesmo prédio do bar), tomando o velho “guaraná” com os amigos e contando seus engraçados “causos”. Alguns, criações de sua mente, outros, como a intimação do banqueiro, verdadeiros. Grande e saudoso amigo Quinzinho! Deve estar no “andar de cima”, contando seus “causos”...
ATÉ a próxima.

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