quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

DE LETRA

DE LETRA N 187 (QUARTA-FEIRA, 31-12-08)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Na coluna de número 6.812 (6.625 no extinto “Diário da Tarde” e 187 no meu modesto Blog internacional), estou chegando a mais um final de ano. Como o tempo passa depressa! Para os velhos (ou usados, sei lá), bem entendido. Como na quarta-feira não falo do meu querido e glorioso América e nem da nossa quase filarmônica do Gutierrez (assuntos obrigatórios das colunas de segunda e sexta), hoje fico apenas nas amenidades, fatos passados que valem ser lembrados.
NO COLÉGIO Marconi, de 1956 a 1964 (admissão ao ginásio, ginasial e clássico), tive quatro professores de Inglês: os saudosos Rubens Lopes Cançado (primo do advogado e amigo Tarcísio), Alexandre Bogliolo, o mano José Teófilo Santiago e José Gouvêa. Pois bem! Em dezembro de 1961, na prova oral, precisava de média cinco para concluir a antiga quarta série ginasial. O professor titular, Bogliolo, que não gostava de mim, sem qualquer motivo (revoltado, cheguei até ameaçar dar-lhe um pontapé no traseiro), era uma perseguição só...
SÓ fez perguntas complicadas. Como quase nada sabia da matéria, claro que minha nota não poderia passar de zero. Deu tal nota e abriu um sorriso maroto no canto da boca. Quase avancei no mestre. Percebendo, o Zé Teófilo fez um sinal animador com os olhos, demonstrando que iria “quebrar o meu galho”. Fiquei tranqüilo. Não deu outra: dez, dando a média cinco. O Bogliolo, quando soube da minha aprovação, ficou uma “fera” e tentou tirar satisfação com o professor assistente. Só que teve que sair correndo, já que o meu irmão, na época, era um jovem que dava dois dele. Tudo bem, o Zé Migué chegava ao antigo curso clássico. Mais três anos, pré-vestibular e curso de Direito. To be or not to be, that is the question (Ser ou não ser, eis a questão, como diria o imortal escritor Willian Shakespeare)...
SE JÁ não bastasse “encarar” o Bogliolo no ginásio, fui obrigado a suportar o professor José Gouvêa no clássico. Mamãe, o homem era “doido” de “jogar pedra”! Certa ocasião, irritado com alguns alunos, colocou um revólver sobre a mesa e disse: “quem mata aluno do Colégio Marconi não é assassino e, sim, caçador”. No dia seguinte, quando tentou repetir a “gracinha”, desistiu imediatamente (ainda bem), ao ver seis alunos com armas sobre a carteira. Por pouco o Marconi não se transformou em Colégio Iraque...
O MESTRE Gouvêa era amigo de meu saudoso genitor (foram colegas de trabalho na década de 20). Freqüentava sempre a nossa residência. Certa ocasião, conversava na sala com meu pai, quando foi obrigado a ouvir, de um de meus irmãos mais velhos, “uai, essa casa virou hospício?”. Meu irmão levou uma bronca de meu pai, que nem te conto, caro e atento leitor! Assim era o polêmico Gouvêa. Assim era o Colégio Marconi, na época chamado de “universidade da Barroca”. Bons tempos...
ATÉ a próxima.

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