quarta-feira, 4 de março de 2009

DE LETRA

DE LETRA N 214 (QUARTA-FEIRA, 04-03-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! A louca viagem do meu querido e glorioso América para Parauapebas/PA (quase 12 horas, de avião, ônibus e van) para estrear na Copa do Brasil logo mais, contra o Águia de Marabá, trouxe à memória a louca viagem que fiz no início da década de 80, para Campo Grande/RJ (campeonato brasileiro), convidado por uma torcida organizada americana. Caravana do barulho. Um sufoco só! Jovem gosta...
SAIMOS no início da madrugada de Beagá. Ônibus lotado. De repente, a primeira pane, em Barbacena. Parada “obrigatória” para um ligeiro lanche e o velho “guaraná”. Pane sanada, viagem que segue. Ih, nova pane, em Conselheiro Lafayette. Mais lanche e “guaraná”. A empresa trocou o ônibus, mas não tirou o ânimo da turma. Quando chegamos ao destino, o jogo já havia começado. Foi uma correria para adquirir o ingresso. Meu caso foi diferente, vez que, como jornalista, fui para a tribuna de imprensa, onde conheci o “pedante” Décio Esteves, ex-jogador do Campo Grande e do Bangu.
TEVE americano que, por causa da cansativa viagem, dormiu na arquibancada. Fim de jogo, o Coelho perdeu de dois a zero. Entramos no ônibus por volta das 19 horas de domingo e chegamos na madrugada de segunda-feira em Beagá. Dormi (ou “apaguei”, sei lá) e, oito horas já estava trabalhando, no Tribunal de Justiça. No extinto “Diário da Tarde”, somente no final da tarde. Foi duro aguentar aquele dia. Ossos do ofício...
NA MINHA modesta coluna do dia seguinte, contei os detalhes da maluca viagem, até mesmo as músicas pornográficas, o que não aprovei, por estar no ônibus duas jovens (bonitas, por sinal), acompanhadas do pai. No domingo seguinte, jogo do América, no Mineirão. Quando chegava ao estádio, fui abordado, agressivamente, por um torcedor forte, que sequer conhecia. Conheci-o posteriormente e ficamos grandes amigos...
BRAVO, tal torcedor esbravejou: “duas vadias no ônibus e vem você defendê-las?”. A turma do “deixa disso” apaziguou os ânimos. Era o hoje saudoso Bráulio Henrique Diniz, advogado do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que tinha a mania de chamar mulher de “vadia”. Jeito dele. Um homenzarrão de um metro e noventa de altura, mas com um coração maior do que ele. Depois da família (suas filhas, principalmente) e do América, gostava de uma “escura”, bonita ou feia, pouco importava. Com elas, sempre variando, era visto nos estádios e no Mercado Central. De lá e com a sua inseparável camisa do América, ele sempre passava no bar que eu frequentava, no meu Gutierrez, com os amigos. Ficou amigo de todos. Bons tempos! Terno e gravata, somente nas casas do Judiciário. O Bráulio está fazendo uma falta danada! Uma quase “briga” que se transformou em uma grande amizade. Sua prematura morte foi uma perda irreparável para sua família, seus amigos e a torcida americana. Ah, ia me esquecendo: para as mulatas, também...
ATÉ a próxima.

Um comentário:

Anônimo disse...

PESADELO

Um dia Miguel sentiu –se jovem.
Olhou-se no espelho e viu seu rosto sem barba
Sorriu feliz e seus dentes brilharam
Um hálito perfumado saiu de sua boca antes oculta e nicotizada
Tudo parecia mais claro,mais vivo e colorido.
Sentiu-se forte,altivo,cheio de energia.
Depois de um breve instante de prazer
fez descer descarga abaixo mais uma geração de espermas.
Ligou o fogão sem medo ,fritou dois ovos com bacon e comeu
com gosto, sem mais lambuzar a barba.
Ligou o computador ,leu os seus imail.
Enviou vários pros seus muitos amigos
Escreveu e publicou sua coluna diária no blog.
Vestiu a camisa do cruzeiro e saiu,pisando firme, desfilando sua paixão maior pelas ruas.
Encontrou seu dileto amigo Jésus Brito com a sua inseparável camisa do galo
E foi com ele agradecer a Deus na missa das sete na igreja São José.
Acordou sobressaltado e confuso ,querendo saber o que foi que botaram na sua sagrada cerveja diária