quarta-feira, 11 de março de 2009

DE LETRA

DE LETRA N 217 (QUARTA-FEIRA, 11-03-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Quarta-feira é dia reservado às amenidades, ficando o meu querido e glorioso América e a nossa quase filarmônica do Gutierrez para as modestas colunas de segunda e sexta. No início da década de 60, o diretor do Curso Ginasial do Colégio Marconi, a “Universidade da Barroca”, era o Francisco de Assis Andrade, que os alunos apelidaram de “Champanhota”. Não sei por quais motivos, ele não gostava de mim (a recíproca era verdadeira). Durante os quatro anos do curso, ele tentou me prejudicar de qualquer maneira. “Marcação por zona”. De nada adiantou. Concluí o curso e cheguei ao Curso Clássico, trocando a tarde pela manhã. Lecionava Geografia. Menos para a minha turma. Ainda bem! Que alívio!
RIDÍCULA perseguição! Uma delas foi hilariante: forçou a “barra” para que a professora de Canto Orfeônico me desse “bomba” na prova oral. Nadinha sabia da matéria, embora goste de música. Entrei em “parafuso”. Solidárias, minhas colegas me ensinaram os dois solfejos do exame. Decorei-os e os sei de cor até hoje: “mi, mi, ré, mi, fá, sol, mi, dó, lá, lá, fá, lá, sol, mi, dó, lá, lá, fá, lá,sol, mi, sol, fá, fá, mi, ré, dó” e “mi, fá, sol, mi, dó, lá, sol, mi, dó, lá, sol, mi, fá, ré, mi (bis)”. O diretor ficou do lado da mestra, que, dizem, era exímia pianista. Quando sentiu que eu estava “afiado” nos solfejos, saiu de mansinho da sala, todo desconcertado. Nota dez, com louvor...
OUTRA. Com o atraso do professor de Matemática, o saudoso Nivaldo Reis, fomos para a quadra jogar futsal. De repente, alguém gritou que o mestre havia chegado. “Pelada” interrompida. Era mentira de alguém que nada tinha a fazer. Voltamos para a quadra. Aí, de verdade, o diretor anunciou a chegada do professor. Era tarde. Já não havia mais tempo para a aula, que estaria quase terminando. Terminar sem começar é “fogo”. De repente, veio o diretor com cinco cadernetas na mão. Suspendeu, por um dia, os colegas Ismael Fábregas Júnior, Paulo Roberto Fábregas (os irmãos “Biziu” e “Bebeto”), Clóvis Otávio Paschoal Guerra e Antônio Vilas Boas Teixeira de Carvalho. E, veja bem, caro e atento leitor de meu modesto Blog internacional, suspendeu-me por uma semana. Odiosa perseguição...
FORAM quatro anos de “terrorismo”! Pois bem! Alguns anos depois, comecei a fazer Direito na UFMG, onde o diretor já estudava. Certa noite, fui ao Colégio Marconi com o Fernando “Trapatoni”, para “paquerar” as garotas. O diretor chegou por trás, pegou meu braço com força e, para “fazer farol”, disse: “agora que não há mais diferenças entre nós, pois somos universitários, vamos conversar”. O “coitado” perdeu uma bela oportunidade de ficar calado. Um filme rápido passou em minha mente (as terríveis perseguições). Não perdi tempo: virei o corpo rapidamente e lhe dei um pontapé no “traseiro”. O distinto saiu correndo e entrou na sala dos professores. Fui atrás. Deu sorte, vez que meu saudoso irmão José Teófilo (professor de Inglês) estava na sala e me mandou para casa. Foi salvo pelo “gongo”...
ATÉ a próxima.

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