sexta-feira, 27 de março de 2009

DE LETRA

DE LETRA N 223 (QUARTA-FEIRA, 25-03-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Quarta-feira é reservada para amenidades, ficando o meu querido e glorioso América e a nossa quase filarmônica do Gutierrez para as colunas de segunda e sexta. Já virou tradição. O caro e atento leitor já se acostumou. Afinal, esta é coluna de número 223. Muita gente lê e alguns enviam mensagens para meu modesto Blog internacional. A maioria, naturalmente, como não poderia deixar de ser, americana. Assim, a vida vai seguindo. De resto, o velho “guaraná”, cuja origem explico hoje.
MUITO antes de trabalhar no extinto jornal “Diário da Tarde”, já era amigo do Márcio Renato (nossas famílias moravam na mesma rua no Bairro Gutierrez, na década de 60). Eu o enfrentei várias vezes no futsal. Ele era goleiro e eu atacante. Meu time ganhava todas e eu era um artilheiro temido. Em 1973 entrei para o jornal, com ele entrando poucos anos após. Ele foi meu editor na Editoria de Polícia. Muito competente, diga-se de passagem.
POIS bem! No início de 1979, começamos a escrever as colunas do Coelho (“De Letra”) e do Galinho (“Contra-ataque”). Ele, poucos dias antes de mim. Nossos casamentos acabaram na mesma época. Livres das “amarras” e sozinhos na vida, de noite a gente saía do jornal e ia direto para um bar, contando, no dia seguinte, as nossas “farras” noturnas e as nossas cervejas do dia-a-dia. Muita gente pensava que a gente tinha que entrar para o AA. Que nada, nós bebíamos mo-de-ra-da-men-te, uma cerveja de cada vez...
AÍ, caro leitor, fomos chamados, um de cada vez, para uma conversa reservada, pelo companheiro Hélio Fraga, então editor de Esportes do jornal “Estado de Minas”. Muito sério e “quadrado”, o Hélio pediu a cada um que não mais fosse escrita nas colunas a palavra cerveja, já que jornalista tinha a fama de ser “cachaceiro”. Que mentalidade...
NÃO perdi tempo. No dia seguinte falei, na coluna, que, na noite anterior, havia tomado o velho “guaraná”. Depois, o Márcio, também. Sintonia total. O Hélio Fraga não percebeu nada. Se percebeu, preferiu o silêncio, vez que não mais nos importunou. E o “guaraná” ficou para sempre. E ficou famoso. Saí do jornal em junho de 2006 e continuo falando no “guaraná” até hoje, no meu modesto Blog. E o saboreando nos bares da vida, jogando conversa fora, com os amigos de todos os dias. E “curtindo”, também, a boa música da nossa quase filarmônica do Gutierrez...
NO início, os leitores nada entenderam. Quando eu estava tomando minha cerveja de todos os dias era comum chegar um e indagar, espantado: “uai, Miguel, você não fala que só toma guaraná?”. Gente que não prestava atenção nas aspas. Com o passar do tempo, todos se acostumaram. Não sei se o Hélio Fraga também. Pouco importa. O importante é viver a vida...
PS – Hoje estou “curtindo” minha merecida aposentadoria, após 40 anos de labuta diária (no jornal e no Tribunal de Justiça), ao passo que o Márcio Renato “curte” a dele em Arraial Dajuda, no Sul da Bahia. Eta vida “mais ou menos”...
ATÉ a próxima.

Um comentário:

Unknown disse...

Caro Miguel,

Gostaria de saber onde anda
o Marcio Renato?

Obrigado,

Joao Bosco Lucas