quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

DE LETRA

DE LETRA Nº 330 (QUARTA-FEIRA, 02-12-09)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Hoje, quarta-feira, o dia é reservado para amenidades, casos e “causos”, ficando o meu querido e glorioso América (o clube mais desprezado pelos treinadores no futebol brasileiro, não é Giva e Lula?) e a nossa quase filarmônica do Gutierrez (continua “bombando” em grande estilo) para as modestas colunas de segunda e sexta. Pois bem! No último dia 19 de novembro, a mídia nacional lembrou, à exaustão, os 40 anos do milésimo gol do genial e inigualável Pelé, o “Atleta do Século”. Noite inesquecível, aquela, em que os desportistas brasileiros (o mundo todo, por quê não?) pararam para acompanhar o histórico feito. Dizem que Deus escolheu de pênalti, para que ninguém perdesse o lance. E foi num goleiro mundialmente conhecido, o argentino Andrade, que jogava no Vasco da Gama/RJ. Depois disso, Pelé chegou ao gol de número 1.281, o que somente ele conseguiu até hoje. Esnobação!
GÊNIO é gênio, que começou bem cedo. Em Bauru/SP, onde morou com a família (nasceu em Três Corações/MG), aos dez anos, jogava ao lado de adultos de 18 a 20 anos, no Baquinho. E era o artilheiro da equipe. No Santos, chegou aos 15 anos e estreou no ano seguinte. Aos 17 já era titular. E, antes de completar 18, foi campeão mundial (Suécia, 1958). Quanta precocidade! Guardadas as devidas proporções, isso me faz lembrar de três grandes amigos de infância: Fabinho Lima, Pelezinho e Palhinha (Wanderley Eustáquio, o Palha de verdade). Três talentos raros...
AOS dez anos, Fabinho sempre completava nossos times de “peladas” na quadra do Colégio Marconi. Meus colegas já tinham 18 anos. Ele morava ao lado do educandário e, quando via uma bola rolando, vinha correndo. E dava “show” nos “marmanjos”. Só não foi profissional por que não quis. Pelezinho, também criança, jogava com adultos (eu e outros) na extinta Associação Atlética Asas, da região da Barroca, um dos melhores times amadores de Beagá no início da década de 60. Também não foi profissional por que não quis. Era o melhor da nossa equipe...
E O Palhinha, também criança, jogava no Asas no meio de “marmanjos”, na mesma época, antes de ir para a Raposinha/saltitante. Era o nosso artilheiro. Cada lançamento que eu fazia, era um gol dele. Dos três citados, foi o único que resolveu ser profissional, brilhando, também, no Corinthians, por exemplo, tendo sido até convocado para a Seleção Brasileira. Pelezinho nunca mais vi (acho que mora hoje no Espírito Santo), Fabinho (hoje é professor de Educação Física e treinador de futsal) e Palhinha vejo de quando em vez (hoje é empresário bem sucedido) que, por incrível coincidência, é concunhado de meu sobrinho Ricardo Quintino Santiago. São as voltas que o mundo dá. Mundo, vasto mundo, se eu chamasse Raimundo seria uma rima, mas não uma solução, como disse o poeta itabirano Carlos Drumond de Andrade, em um de seus belos poemas, que encantam o amigo galista Cadinho Faria, o “mago do violão”...
ATÉ a próxima.

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