quarta-feira, 31 de março de 2010

DE LETRA

DE LETRA Nº 382 (QUARTA-FEIRA, 31-03-10)
MIGUEL SANTIAGO
OLÁ, caros leitores semanais! Hoje, quarta-feira, dia de amenidades, casos, “causos” e “jogar conversa fora”, ficando o meu querido e glorioso América e a nossa sumida quase filarmônica do Gutierrez para as colunas de segunda e sexta. Dia, também, para se lamentar a morte do jornalista Armando Nogueira, um acreano que saiu do Acre para brilhar na cidade grande. Conterrâneo do hilariante humorista Zé Vasconcelos, que também saiu do Estado nortista para fazer o Brasil todo sorrir. Gozador, o Zé conta que, quando fala que é acreano, alguém indaga: “uai, nasce gente lá?” E completa: “pensei que no Acre só dava borracha”...
OS MEIOS culturais brasileiros perderam ontem o escritor, o poeta e o jornalista Armando Nogueira. O Brasil está de luto! A crônica esportiva ficou órfã. O homem que escrevia em prosa de maneira poética, brincando com as palavras e falando do velho ludopédio como poucos. Ele foi um de meus maiores ídolos no jornalismo esportivo, profissão que abracei meio sem querer. Foi o destino! Pena ter conversado com ele apenas duas vezes. Fiquei encantado. Ele, agora, ficou encantado. Não morreu, vez que ficará para sempre nos nossos corações. Grande, Armando! Encantava a todos nós, que amamos o esporte, mormente o futebol. Deixou um belo exemplo e um grande acervo de livros e crônicas...
CONVERSEI com Armando Nogueira somente em duas ocasiões. Uma na década de 80 no Mineirão e outra na de 60 na inauguração do Estádio da Portuguesa na Ilha do Governador. Tarde inesquecível. Nem sonhava ser jornalista (tinha meus verdes pouco mais de 20 anos). Passava férias no então tranquilo Rio de Janeiro, na casa de meu irmão Sérgio, na época advogado, hoje desembargador aposentado. Fiquei sabendo da inauguração do Estádio, lendo um jornal carioca. Não pensei duas vezes, peguei o ônibus e fui conferir tudo de perto...
UMA tarde de domingo ensolarada, digna do Rio de Janeiro. O pequeno estádio da Lusa carioca estava lotado. Não me lembro de quem enfrentou a Portuguesa, o que pouco interessa (acho que foi o Flamengo). De repente, nada mais do que de repente, estava ao lado dos maiores jornalistas esportivos do Rio. Um deles foi o Armando Nogueira. Conversei com ele e com outros famosos, como Rui Porto, João Saldanha, Nelson Rodrigues, Valdir Amaral, Jorge Curi, Mário Viana, etecétera. A todos indaguei quem era o maior jogador do mundo. A resposta foi unânime: o inigualável Pelé. Do Armando Nogueira uma frase antológica: “Se Pelé não tivesse nascido gente, nasceria uma bola”. Uma síntese de todos os grandes atletas. Fazia o que todos eles faziam, melhor do que todos. Mas, jogar como ele, ninguém...
ATÉ a próxima.

Um comentário:

Unknown disse...

É Dom Miguel, não deu para o nosso Coelho. Mais uma vez ficamos pelo caminho, assim como fomos novamente prejudicados pela arbitragem. Tá difícil... Mas nada podemos fazer. Agora é pensar no Brasileiro, reforçar o time e segurar as revelações (já tem urubu rodeando os meninos). Um grande abraço.